#sustos | parte III

Voltámos a apanhar outro susto daqueles bem grandes com os gémeos. Desta vez, com o Santiago.
Como é habitual, todos os anos, fomos celebrar a nossa Páscoa à terra do avô A., algures no concelho da Pampilhosa da Serra. Por lá, é tradição, não no domingo de Páscoa mas sim de Pascoela, a realização de um almoço convívio na casa do povo da aldeia, seguido do compasso pascal (uma tradição cristã que consiste na visita casa a casa do crucifixo de Cristo no dia Páscoa para celebrar a sua ressurreição).

Após o almoço o pai e o avô seguiram com os gémeos para o compasso pascal e eu e a Baby C e a avô H. seguimos para casa por um caminho diferente.

Ora, estávamos no início do compasso pascal, quando o menino Santiago se lembra que queria ir a casa ratar no bolo de chocolate que a avó H. tinha feito para a visita pascal.

Segundo me constou, pediu ao pai e ao avô para irem com ele. Como o pai e o avô não atenderam de imediato ao pedido dele, saiu de perto deles de mansinho, sem eles darem por isso no meio de meia centena de pessoas que andavam também no compasso e, como é confiançudo, seguiu em direção a casa.

Foi por um caminho que o avô costuma utilizar quando se passeia pela aldeia, em vez de ir pela estrada principal. Não é que passem muitos carros na aldeia, mas volta e meia passa um e às vezes vêm com alguma velocidade. Fico com o coração na boca só de pensar se ele se lembra de ir pela estrada e entretanto aparece um carro...Nem quero imaginar no que poderia ter acontecido!

Mas a sorte dele, e nossa, é que ele ia com uma sineta e estava a badalá-la, fazendo imenso barulho quando as nossas amigas S. e A. deram com ele...

Eu sei que ele vinha ter a casa, porque já no verão o Avô A. pôs-se a conversar e, num momento de distração ele largou a mão do avô e veio direito a casa sozinho. Foi um percurso muito curto e também mais reto. Mas de qualquer maneira não deixou de ser assustador! Ele tinha apenas três anos e meio, agora quatro!

Passa-me tudo pela cabeça e nada agradável! E se por algum motivo ele perde a orientação e põe-se a caminhar direito ao mato? Nem quero imaginar, só de pensar quase que tenho um colapso!

Bem, vinha eu quase a chegar a casa quando o encontro acompanhado pela S. e pela A. que me contaram o que tinha acontecido! Quase que me ia dando uma coisa má naquele momento! Entretanto, oiço o pai a chamar bem alto por ele e vinha branco como a cal!

Expliquei-lhe que era perigoso ele fazer aquilo e que não podia andar sozinho na aldeia. Acho que ele percebeu porque no final do dia pediu desculpa pelo que tinha feito e disse que não voltava a fazer. Mas será que percebeu mesmo, afinal ele tem apenas 4 anos!

Uns segundos de distração com este menino podem ter consequências... temos que estar bem atentos. Ele é cheio de confiança e quando pensa que sabe, nada o trava. É confiançudo, gosta de fazer tudo sozinho e tem imensa força de vontade. Por um lado, fico feliz que ele seja assim confiante, mas nestas situações gostava que fosse mais cauteloso!

O lado positivo é que isto aconteceu num sítio onde há poucas pessoas, onde toda a gente se conhece e onde não há carros com intensidade!

Serviu de lição para ficarmos ainda mais atentos com este menino, que é cheio de confiança!

(PS - À medida que eles crescem sinto que cada vez mais vão acontecer sustos destes... acho que a qualquer momento o coração me vai mesmo saltar pela boca!)





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