Uma birra que foi uma vergonha!

A escola começou muito bem é um facto...
No entanto, três dias depois de ter começado, fui buscá-los... e não correu nada bem.

Nesse dia de manhã, lembraram-se que queriam levar pipocas para dar aos amigos. Como tínhamos muitas em casa porque as Tias trazem sempre para eles, acatei.

Só que ao final do dia o Salvador entendeu que iria trazer para casa novamente o saco com as pipocas que sobraram e pegou no raio do saco. Por sua vez, o Santiago entendeu que devia ser ele a trazer o saco e não o Salvador. Guerra pegada.

Tentei que o Salvador fizesse a vontade ao mano. Mas este achou que desta vez não ia ceder e eu só tive que aceitar, não imaginando que o outro fosse fazer tal birra.
Acho que nem sempre um tem que ceder em função daquilo que o outro quer, e normalmente é sempre o Salvador a ceder. Eles tem que saber esperar e quando querem uma coisa que o outro tem, têm de pedir por favor.

O Salvador só dizia, "mas, ele não pediu por favor". E eu faço o quê com uma resposta destas???
Ele tinha a sua razão!
Teimoso que é, também (não sei a quem é que ele sai 😁), o Santiago não quis pedir por favor. E ajoelhou-se no chão a chorar.

Naquele dia estava cansada e sem paciência para negociações. Ainda por cima já tinha ido buscar a Baby C à sala dela e estava com ela ao colo, além de que já era tarde... Só lhe disse "Oh, Santiago" e continuei a andar em direção à porta do colégio.

Conforme fiz isto a birra dele exaltou, mas de tal maneira que eu até deixei de ver quem passava por nós no corredor. Sentei os outros dois no banco à entrada do colégio, enquanto fui buscar o Santiago, que esperneava e gritava desalmadamente. Sentei-o ao pé dos irmãos e continuou enfurecido. Mandou-se para o chão num pranto que não havia meio de ter fim.

Entretanto, como era hora da saída entravam e saiam pais. Uma auxiliar e uma educadora tentaram ajudar, mas às tantas acho que já nem ele sabia porque é que estava a chorar assim e não conseguia explicar.

Neste processo todo, nem sei como me mantive calma. Tentei conversar com ele para o ajudar e ele só gritava. Ao ponto da própria diretora vir ver o que se passava.

Desisti e coloquei todos no carro e apertei-lhes o cinto. A minha ideia era só sair dali! Quando o coloquei no carro, a birra já era porque queria entrar sozinho para o carro, mas como gritava tanto não o conseguia perceber. Fazia tanta força que nem me deixou apertar o cinto naquele momento. Deixei. Arranquei prego a fundo e sai dali. Parei mais à frente, ao fundo da rua, e esperei que se acalmasse para lhe apertar o cinto.

Quando finalmente se acalmou, lá seguimos o nosso caminho em direção a casa, na esperança de que tudo corresse bem...

Mas nem pensem que a minha desventura ficou por aqui...
A caminho de casa (já ele mais sereno) começa o carro a perder velocidade lentamente. Eu acelerava e o carro não respondia. Tive de encostar e nisto vejo a polícia atrás de mim. Apareceram mesmo na hora certa, porque até foram uma preciosa ajuda.
Um cheiro a ferodo por todo o lado e a embraiagem na sucata. Lá liguei para a assistência em viagem, chamei o reboque, e o táxi para nos levar a casa aos quatro. Tive que tirar três cadeiras do carro e colocá-las no táxi...e sentá-los nas cadeiras. Se não fosse a polícia a ajudar-me nem sei como me tinha desenrascado naquele momento! No meio do azar ainda tivemos sorte!
Foi um dia daqueles!

No dia seguinte, estávamos a tomar o pequeno almoço e o Santiago, de repente, levanta-se da mesa e diz: "Mãe, descupa. Eu não voto a fazê uma birra como ontem!" E meu coração, que estava duro que nem uma pedra, ficou mole que nem manteiga! ❤

Na escola ao que parece, no dia seguinte, houve quem perguntasse às educadoras se o menino delas estava melhor! Tal foi a birra!

Desde aí para cá, está um doce!
(Vamos ver até quando!)😔😁


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