sexta-feira, 19 de setembro de 2025
As aulas começaram! 🎒
E eu aqui sem saber: fico feliz ou triste?
Por um lado, maravilha: estão entretidos, a aprender, e não andam a demolir-me a casa. Por outro lado, entro em modo gestora de operações especiais, com logística digna de um exército em missão no Afeganistão.
E quando digo logística, não falo de “ai que giro, uma lancheirinha” — não! É uma parafernália de lancheiras, mochilas e tralhas, porque decidi que eles levam almoço de casa. Resultado: o meu despertador toca às 6h, eu levanto-me ainda em estado zumbi 🧟♀️, e começo o banquete diário: lanche da manhã, almoço e lanche da tarde… vezes quatro (gémeos + Baby C + Pai). Sim, até o Pai vai no pacote.
Claro que isto implica que, na noite anterior, eu esteja de serviço ao inventário: “Tenho cenas suficientes para enfiar na marmita de amanhã ou vamos ter que improvisar com pão seco e maçãs enrugadas?”
Podia optar pelos almoços da escola, mas o ano passado vinham de lá com relatos de horror gastronómico: peixe cru, batata a boiar em água… basicamente, pratos que fariam o Gordon Ramsay gritar “It’s raw!” 🤯.
O ATL também serve almoço, mas multiplicar por dois = multiplicar a mensalidade. Obrigada, mas não obrigada.
Já a Baby C é VIP: só leva os lanches e almoça confortavelmente em casa dos avós, que moram ao lado da escola. Uma sorte!
De manhã, normalmente é o Pai que os despacha, às vezes sou eu… depende de quem ganha ao jogo do prego de ferro da organização matinal.
À tarde, entro em modo Uber: ir buscar uns, depois a outra, depois atividades, depois dividir-me por três (se ao menos desse para me clonar!). Felizmente existe também o “Uber privado do Avô”, sempre pronto para qualquer SOS.
Com atividades e afins, raramente chegamos a casa antes das 20h/20h30. A partir daí é o sprint final: banhos, jantar, lavar dentes, pijamas… e só pelas 23h é que eles caem na cama. Eles, porque eu ainda tenho uma cozinha para arrumar e um cérebro que implora por pelo menos 6 horas de sono.
E, claro, depois de jantar, pedir-lhes para fazer alguma coisa é drama garantido. Do caminho entre a cozinha e os quartos conseguem lembrar-se de 137 tarefas urgentes… menos vestir o pijama e lavar os dentes. 🙃
É aqui que entra o “polícia de serviço” para impor a lei e a ordem na palhaçada generalizada. 🚨
💗
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6.º e 4.º ano!! |
quarta-feira, 30 de julho de 2025
Muitas vezes ouço: “Ai, quando eles eram pequenos não devia ser nada fácil!”
E sim, fácil não era. Dependiam de nós para tudo: banho, vestir, comer, vigiar constantemente para não treparem aos móveis ou aventurarem-se em montanhas-russas imaginárias. Com três crianças era um verdadeiro teste à nossa resistência física e emocional.
Mas difícil, difícil… é agora!
Com os gémeos com 11 anos e a mana com 9, os desafios ganharam outro nível: discutem com convicção, argumentam com razão (pelo menos acham eles 😅), provocam-se, fazem birras disfarçadas de debates e, volta e meia, acabam por engalfinhar-se.
Acham que já sabem tudo. São uns "mini-adultos" cheios de certezas.
E foi mais ou menos assim que tudo aconteceu com o nosso querido Santi...
A aventura (e queda) do maior
Estavam de férias com os avós. Uma tarde de verão, jogo de futebol no quintal com a irmã.
Até que a irmã — que não se ficou atrás — deu um valente pontapé na bola… e lá foi ela, a voar até ao terreno do lado.
O “maior”, cheio de confiança, decide escalar o muro para a ir buscar. Resultado?
Escorregou ao descer e rasgou o braço junto à axila numa rede metálica. 😬
O Avô quase teve um enfarte só de olhar. Já o Santi, tranquilo como sempre, nem percebeu logo o que se tinha passado. Só quando sentiu o braço molhado e disse casualmente ao avô “Avô, sinto isto aqui molhado…” é que veio o pânico!
Tinha um rasgão profundo, com sangue a escorrer... O Avô ficou em estado de choque.
Emergência à moda antiga (e com Waze à mistura)
A Avó correu para ir buscar água-oxigenada, limpou como pôde, colocou uma gaze improvisada e lá foram a correr para os bombeiros mais próximos.
Pelo caminho, o Avô — numa tentativa corajosa de ser “moderno” — decidiu usar o Waze aplicação que os netos lhe tinham instalado no telemóvel e que os mandou por caminhos duvidosos (e um tanto rurais demais!) 😅
Chegados aos bombeiros, viram logo que a ferida precisava de pontos no hospital. O pai, que ligou por acaso nessa altura, apanhou a história pela metade... até que a bombeira — santa mulher — disse-lhe: “Oh, não se preocupe, é uma merdinha de nada!”
(Que jeito que deu ouvir isso! É bom ter profissionais com vocabulário tranquilizador! 😂)
O desfecho (e os 7 pontos)
Eu? Ainda em casa, sem saber de nada! Só recebi a chamada quando já iam a caminho do hospital. O Avô não me queria dizer nada — segredo mal guardado com o neto ao lado que não se aguentou enquanto se descoseu!
Fiquei em pânico, claro. Mas ele e o Avô estavam super calmos, e garantiram que estava tudo controlado.
A sorte foi o pai ter, entretanto, chegado a casa e dito que já tinha falado com os bombeiros. Respirei fundo e que era "uma merdinha de nada!"😂😂😂😂
Por volta da 1h da manhã recebi a confirmação: já tinham saído do hospital e a "merdinha de nada", afinal significou 7 pontos no braço!
E claro um monte de histórias para contar!
O regresso a casa e a festa dos irmãos
No momento do acidente, acho que a irmã ao ver o sangue entrou em pânico. Gritava, chorava e dizia que a culpa tinha sido dela. Pelo que os avós contaram, foi preciso muito mimo para a acalmar.
Os irmãos ficaram à espera do herói ferido e, quando ele chegou, foi uma festa. O Santi, claro, contou tudo com todos os pormenores, incluindo o que os médicos lhe disseram e como foi levar a anestesia.
(E eu a pensar que quando parti a cabeça em pequena fui cozida a sangue frio! Ainda bem que evoluímos! 😅)
Ainda estiveram acordados até às 2 e tal da manhã em plena cavaqueira, os irmãos muito mais aliviados, porque acabou por tudo correr bem.
No fim, ficou a história (e a cicatriz)
Esteve 10 dias de choco em casa, sem praia até tirar os pontos, mas cheio de orgulho por ter sido valente.
E eu? Com o coração mais leve, mas com mais uma ruga de mãe. Porque crescer é mesmo isto: eles ganham liberdade… e nós ganhamos cabelos brancos!
💙
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A "merdinha de nada", um dia antes de tirar os pontos! :) |
quinta-feira, 9 de abril de 2020
Por incrível que pareça passaram-se já três semanas!
O meu primeiro pensamento quando percebi que iria ficar em casa em regime de teletrabalho foi: "Vou ter mais tempo para fazer as coisas em casa, porque não vou perder tempo nas viagens!"
ERRADO! Teletrabalho com três crianças em casa não é exequível a 100%.
Os primeiros dois dias estive sozinha com os Três, sendo que ainda me estava a organizar para este novo regime, que me parece que ainda se vai prolongar por mais algumas semanas.
Durante a manhã a coisa até corria bem, mas depois de almoço a coisa descontrolava-se um bocadinho e se não ouvi a palavra "MÃE" mais de 60 vezes, 20 de cada um, não foi muito! Foram dois dias para esquecer?
Ao terceiro dia o pai veio para casa, também em regime de teletrabalho, e passámos a ser dois a tentar controlar as feras.
A coisa melhorou um bocadinho cá em casa... mas como perco imenso tempo na hora das refeições, acabo por ter o mesmo tempo que tinha antes.
De qualquer das maneiras, sinto-me super assoberbada com o trabalho, as refeições, a gestão das tarefas de casa, a gestão do dia a dia dos Três e a gestão de cada uma das suas personalidades, embora estejamos os dois em casa.
No que diz respeito à gestão do dia a dia dos Três, as educadoras tem tido essa preocupação e tem mandado várias sugestões de atividades... Mas não é por isso que me deixo de sentir mais assoberbada! Isto porque não consigo fazer tudo o que sugerem... e o que me vale é que ainda não estão no primeiro ciclo do ensino básico!
Gostava de lhes dedicar mais tempo porque estamos confinados à nossa casa e poderíamos fazer coisas giras, tal como vejo outras mães fazerem com os filhos. Desde criarem percursos de jogos para fazerem exercício a jogos didácticos com materiais recicláveis, fichas de exercícios para estimularem o cérebro, enfim um sem número de coisas... muito criativas mas que eu não consigo fazer porque me sobra pouco tempo...😕
Os Três já se habituaram a esta situação e já aceitam melhor tudo o que lhes pedimos... ou quase tudo... Só ainda não conseguimos que façam silêncio de cada vez que estamos ao telefone...😆
Têm dividido o seu tempo entre a consola, os desenhos animados, as brincadeiras com os legos, as construções de plasticina, os puzzles, ou a pintar desenhos de personagens que adoram, pedindo-me para tirar as imagens da internet...
E, sim, passam o dia de pijama... e aqui assumo a minha culpa que os deixo andar à vontade!
No meio disto disto tudo, volta e meia, há desentendimentos entre os Três, o que significa gritos e birras estridentes...
❤
quinta-feira, 2 de abril de 2020
E a única coisa que nos é pedido é para ficar em casa... para não termos contacto social... saídas só para adquirir bens de primeira necessidade... Ao ficarmos em casa estamos, não só a protegermos-nos, como, a proteger os outros.
E isto é essencial para combater este vírus que assolou o mundo... para não o deixar que se propague a um ritmo desconcertante... E os abraços e os beijinhos vão ter que esperar...
Em virtude disto tudo, as escolas fecharam, e muitas famílias tiveram que ficar em casa com os filhos... No nosso caso, são três... outras há que são mais...
Passo algumas horas nas redes sociais, em consequência da minha atividade profissional, e tenho me deparado com algumas queixas de pessoas a comentarem que já estão saturadas de estar em casa com os filhos e muitas delas só tem uma criança...
Eu própria partilhei algumas imagens nesse sentido, mas sinceramente acho que somos uns sortudos... que mais podemos querer nesta situação estamos no conforto da nossa casa, temos água, comida, conforto... Sim, é difícil entreter as crianças o dia todo e elas aborrecem-se facilmente... eu entendo...eu entendo mesmo... acreditem!
Agora pensem naquelas pessoas que tem de ir trabalhar todos os dias e que só ao fazerem isso podem estar a correr o risco de contrair este vírus ainda desconhecido na sua forma de evolutiva...
Pensem principalmente nos médicos, enfermeiros e todos os profissionais de saúde que estão na linha da frente no combate a este vírus (e conheço algumas pessoas com estas profissões e para elas dirijo meu respeito e profunda gratidão e peço proteção)...
Pensem na realidade com que se deparam e o que tem de sacrificar nas suas vidas para que a sua família possa estar em segurança...
E pensem sobretudo da solidão pela qual muitas pessoas devem estar a passar... e a solidão nestes termos pode ser uma coisa muito assustadora...
Vi um vídeo de um médico que está a chegar a casa e ao ver o filho pequeno a correr em direcção a ela para o abraçar, grita-lhe "Não, Não, Não", num ato desesperado de amor... e foi como se levasse um murro no estômago, as lágrimas caíram-me de imediato. Não consigo sequer imaginar o que é depois de um dia duro de trabalho, de enfrentar esta realidade, não poder dar um abraço aos meus filhos ou às pessoas que amo!
E já agora sabiam que há uma plataforma online que permite entregar mensagens de agradecimento, força e esperança a públicos de risco, sejam eles idosos doentes, médicos, enfermeiros, auxiliares de saúde, técnicos especializados, entre outros profissionais? Vejam aqui.
Nestes tempos os serviços reinventam-se ... Esta plataforma é apenas uma maneira de enviar palavras de carinho e assim amar à distância...
Ao pessoal médico, juntam-se todas aquelas pessoas que continuam a trabalhar para assegurar os serviços essenciais à população... para que mesmo assim tudo, quase tudo, continue a funcionar...
A nós só nos é pedido para ficarmos em casa evitando qualquer tipo de contacto social.
Por isso FIQUEM EM CASA!
❤
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Créditos de imagem: Saúde TV Mais |
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